Grupo de Lisboa pede o apoio da AML a uma “Campanha de Esterilização dos Gatos Silvestres de Lisboa”

Texto do e-mail enviado a todos os Grupos Municipais:

Exmos Senhores,

Trazemos ao vosso conhecimento a proposta de lançamento da “Campanha de Esterilização dos Gatos Silvestres de Lisboa” que apresentámos à CML, na pessoa do Director do canil Sr. Dr. Luís Veríssimo e à Srª Bastonária da Ordem dos Médicos Veterinários,  Profª Laurentina Pedroso, na sua qualidade de  Presidente do Grupo de Trabalho que está a analisar as condições de funcionamento da Casa dos Animais de Lisboa, assim como a  identificar boas práticas susceptíveis de serem implementadas.

O objetivo desta Campanha é o controlo, através da esterilização, da população de gatos silvestres das colónias de Lisboa, De facto, como a própria CML reconhece na apresentação do Programa CER (Captura-Esterilização-Recolocação), implementado no canil/gatil,  “a captura de animais e a sua occisão não são a maneira mais eficaz de lidar com o excesso de gatos vadios, pois não tem qualquer efeito na origem do problema: o excesso de produção de animais.… Se tivermos em conta que, um casal de gatos pode ter duas ou mais ninhadas por ano, podendo vir a gerar exponencialmente 420.000 animais ao fim de um período de sete anos, é fácil tomar consciência de como é importante tomar medidas eficazes de controle desta situação.” .

Esta campanha, envolvendo os recursos do Canil/gatil de Lisboa e da sociedade civil ( associações de animais, voluntários individuais, clínicas veterinárias, laboratórios, etc,) permitirá começar a resolver um problema que é insolúvel no quadro da acção isolada da CML, acção essa que conta com a oposição dos lisboetas amigos dos animais que não suportam a forma como são capturados e mantidos em cativeiro, até ao abate, os gatos silvestres da cidade.

Uma proposta com o mesmo objectivo, e no seguimento da aprovação pela AML da suspensão da captura dos gatos em 9 de Fevereiro de 2010, já tinha sido apresentada em Junho do mesmo ano, em reunião com os responsáveis do canil/gatil de então, não tendo, no entanto, obtido reacções. No entanto, a alteração da política para o canil/gatil anunciada pelo Presidente da CML em Junho p.p., para ser consistente e significar de facto uma mudança no comportamento da autarquia, tem necessariamente de assentar na esterilização.

Lembramos que até à providência cautelar interposta pelo Grupo de Lisboa da Campanha de Esterilização, para pôr cobro às ilegalidades que se verificavam no canil/gatil,  este capturava cerca de 1000 gatos por ano que seriam, na sua esmagadora maioria, abatidos uma vez que 70% do total de cães e gatos, que entravam no canil/gatil morriam, quer por doença quer abatidos.

A providência cautelar limita, desde Julho de 2011, e até à conclusão das obras, as capturas ao estritamente necessário e proíbe a entrega de animais pelos donos mas mesmo assim dados mais recentes revelam que, entre 1 de Abril de 2012 e 31 de Janeiro de 2013, a entrada de gatos foi de 479 o que continua a ser um número bastante elevado que nos deixa fortes apreensões.

A registar-se um aumento descontrolado dos animais que entram no canil/gatil isso levará, inevitavelmente, à aplicação de soluções que não são compatíveis com a mudança de valores anunciada pelo Senhor Presidente da Câmara de Lisboa.

Para que Lisboa possa vir a anunciar que se tornou um município onde não se fazem abates de animais é necessário implementar medidas com efectiva eficácia que limitem a entrada de animais no canil/gatil às situações de emergência.

A esterilização de animais como método de controlo das populações é a única forma de, gradualmente, vir a resolver o problema, estando demostrado que não existe qualquer outra solução, nem tão pouco a adoção para alguns, pois os gatos silvestres, na generalidade, não têm  hábitos de convívio com humanos

Por isso, vimos pedir à AML,  e a esse Grupo Municipal  em particular,  que, na  reunião de dia 3 de Setembro próximo, dê o seu apoio ao lançamento de uma “Campanha de Esterilização dos Gatos Silvestres de Lisboa”.

Pelo Grupo de Lisboa da Campanha de Esterilização de Animais Abandonados

(assinaram 1 Asssociação  e 8  activistas )

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