Archive for Abril, 2024

2º DOCUMENTO QUE ACOMPANHOU O PEDIDO DE AUDIÊNCIA À MINSTRA DO AMBIENTE E ENERGIA

Abril 23, 2024

2º DOCUMENTO QUE ACOMPANHOU O PEDIDO DE AUDIÊNCIA À MINSTRA DO AMBIENTE E ENERGIA FEITO NO DIA 22/4

‼️‼️ Alterar a política pública de protecção animal a fim de combater eficazmente o abandono e a existência de animais a viverem nas ruas ‼️‼️

1. Enquadramento

Criada há 15 anos com o objectivo de promover a esterilização de cães e gatos como alternativa ao sistema de abates nos canis, a Campanha de Esterilização de Animais Abandonados (CEAA) tem vindo desde então a protagonizar uma intervenção permanente em todos os aspetos relevantes na matéria- alterações legislativas, verbas para protecção animal inscritas nos OEs, contactos com os Partidos da AR e com as tutelas, etc.

Em 2011 , insatisfeita com as condições do então canil de Lisboa, interpôs uma providência cautelar, que ganhou à CML, tendo , em consequência, sido criada pela autarquia a Casa dos Animais de Lisboa.

Há sete anos, deu-se o primeiro grande passo: a Assembleia da República aprovou por unanimidade a Lei 27/2016 que, dois anos mais tarde, proibiu o abate como forma de controlar a sobrepopulação de cães e gatos, instituindo a esterilização como único meio de combate ao excesso de animais.

No entanto, desde então, não tem sido devidamente escrutinada e avaliada a forma como se estava a pôr em prática essa nova forma de controlo, quais os resultados e necessárias rectificações.

2. Retrato atual

Neste momento, temos o seguinte retrato:

● Animais abandonados ou sem dono

Nota : dados de 2022 uma vez que o ICNF ainda não publicou o relatório de 2023 embora a Lei 27/2016 determine que essa publicação deve ocorrer no 1º trimestre de cada ano civil

O abandono, medido pelos números de recolhas de animais fornecidas pelos Centros de Recolha Oficial (CROs) e Câmaras às tutelas(DGAV,ICNF), ao abrigo do artº3º, pontos 9 e 10, da Lei 27/2016, tem registado um comportamento irregular, com tendência para o agravamento. Entre 2018 e 2022, o número de animais recolhidos pelos CRO aumentou 17%.

Existem cerca de 77 mil Animais alojados em canis públicos (dados da Provedora do Animal) a que se somam cerca de 37 mil animais a cargo de associações beneficiárias do apoio do Banco Solidário Animal (Animalife).

Somam-se ainda 44,5 mil gatos recenseados em colónias de rua (dados Animalife) aos quais é necessário somar mais dezenas de milhares não recenseados.

Calcula-se que existam aproximadamente 3,2 mil cães em matilhas a viver nas ruas (dados Animalife) em mais de 70 concelhos do continente (identificados pela CEAA).

A adopção tem-se revelado incapaz de absorver estes “excedentes” de animais e nada leva a supor que a situação se altere, antes pelo contrário.

Os animais alojados em Centros de Recolha Oficiais (CROs) vivem, a maioria, num permanente confinamento em jaulas exíguas, sem nunca serem soltos, não se podendo chamar vida àquilo que lhes é proporcionado.

Por seu lado, há câmaras que tendem a desleixar-se, vendo nesta atividade um encargo indesejável e permanente que procuram reduzir ao mínimo.

Perante este cenário, a nossa mensagem é simples: não podemos deixar nascer animais que sabemos de antemão que não terão dono e que estarão condenados a viver aprisionados em canis ou a ficar abandonados nas ruas.

● Número de esterilizações

Proibido o abate é com as esterilizações que tem de se diminuir a sobrepopulação de cães e gatos. O método usado pelas tutelas (DGAV e agora ICNF) consiste em pagar às câmaras um apoio financeiro por esterilização que hoje só representa uma pequena parte do custo de uma esterilização no privado.

Porque a esmagadora maioria dos CRO não faz esterilizações, não têm gabinetes de cirurgia nem veterinários municipais para as fazerem por razões que se desconhecem..

Aliás, uma grande parte, senão a maioria das câmaras que utiliza os apoios, limita-se a transferir a verba que recebem, sem acrescentar fundos próprios, para os titulares dos animais, sendo que as pessoas de fracos rendimentos não se chegam a candidatar, incapazes de suportarem a diferença que têm de pagar do seu bolso às clínicas. .

No que diz respeito ao número de esterilizações, verifica-se que só 60% das esterilizações declaradas pelas câmaras nos últimos 3 anos são feitas com apoios do ICNF o que é uma situação anómala uma vez que estes apoios cobrem o ano inteiro. Conviria, pois, identificar as razões deste facto.

Temos assim:

Número total de esterilizações fornecido pelas câmaras

2022 -48 221

2021- 41 845

2020- 29 206

Com apoios do Estado (DGAV/ICNF)

2022 – 33 000*

2021 – 26169

2020 – 16561

* estimativa, pois o ICNF não forneceu o número de animais,apesar dos pedidos, pelo que já foi apresentada queixa à CADA

Fonte: Câmaras do Continente , DGAV e ICNF

Em 2022, 121 câmaras do continente não usaram os apoios e 66 declararam não ter feito nenhuma esterilização.

Quanto ao Programa CED ( captura -esterilização.devolução ) para gatos de colónias de rua, só cerca de 30% dos municípios do continente o implementaram até agora, sendo escassos os que utilizam o CED de forma eficaz, com a continuidade e a intensidade requeridas, durante todo o ano, para impedir, de facto, o crescimento das colónias.

Para não falarmos dos milhares de cães que estão na rua, que os CROs não recolhem por estarem cheios, sem qualquer apoio e sem direito sequer a serem esterilizados – pelo que as matilhas estão sempre em crescimento – em consequência do ponto 10, do artº 9º da Portaria 146/2017 que proíbe a aplicação do Programa CED (captura-esterilização-devolução) aos cães.

Resumindo, o que acontece é que cada câmara toma as decisões que bem entende, podendo-se contar em muitas dezenas os e-mails que esta Campanha já dirigiu a câmaras, a pedido de munícipes, para que implementem, quer esterilizações para animais de munícipes, quer o Programa CED , a maioria dos quais não surtiu efeito.

3. Alterar a política pública de protecção animal a fim de combater eficazmente o abandono e a existência de animais a viverem nas ruas

Parecendo ser irrealista esperar que as câmaras venham a ser penalizadas pela não realização das esterilizações, deveria a tutela, ICNF, coordenar e colaborar com as câmaras numa verdadeira campanha de esterilização nacional à semelhança da campanha contra a raiva que existe há decénios e permitiu erradicar a doença no país.

Pois estamos em crer que a passividade, revelada por uma grande parte das câmaras, pode ser revertida com um apoio directo, efectivo, da parte da tutela – ICNF – que tem meios de campo para dinamizar uma grande campanha de esterilização, em todos os concelhos, oferecendo esterilizações gratuitas a animais com dono e sem dono, certos que todo o investimento feito nesta área tem o retorno de um problema que se resolve e que não se arrasta, como tem acontecido até aqui.

Por exemplo, uma campanha de esterilização que permitisse realizar 60 000 esterilizações permitiria evitar o nascimento directo de 300 000 animais ( sem contar o aumento populacional, em progressão geométrica, que nos anos seguintes se verificaria se esses animais tivessem nascido e procriado ) e esse número de esterilizações é realizável no espaço de um ano.

Neste momento, a aposta numa esterilização maciça perfila-se, para o movimento animal, como a única alternativa para enfrentar a situação caótica que se vive, com o nascimento sucessivo de ninhadas e animais lançados nas ruas em níveis alarmantes.

22-04-2024

Campanha de Esterilização de Animais Abandonados

Pode ser uma imagem de animal

CEAA PEDIU AUDIÊNCIA À MINISTRA DO AMBIENTE E ENERGIA

Abril 22, 2024

CEAA PEDIU AUDIÊNCIA À MINISTRA DO AMBIENTE E ENERGIA E ENTREGOU DOIS DOCUMENTOS:

– Aplicação do CED aos cães errantes – Cumprimento do artª 200 do OE 2024 ( ponto muito urgente)

– Alterar a politica pública de protecção animal

DIVULGAMOS HOJE O PRIMEIRO DESSES DOCUMENTOS

APLICAÇÃO DO CED ( PROGRAMA CAPTURA-ESTERILIZAÇÃO-DEVOLUÇÃO) AOS CÃES ERRANTES EM CUMPRIMENTO DO ARTº 200º DO ORÇAMENTO DE ESTADO

PROPOSTA DE SOLUÇÃO

Estima-se que no continente existam mais de 3.000 cães errantes, espalhados por cerca de 70 concelhos situados a norte e centro do continente, cães esses que os CRO não recolhem por se

encontrarem cheios.

Muitos destes cães criaram matilhas (basta uma cadela parir uma ninhada que não seja recolhida para tal acontecer) e são uma preocupação para câmaras, populações e cuidadores. Os cuidadores, quando existem, calcorreiam os matos e serras onde se abrigam para recolher as ninhadas, quando for indicado, a fim de não crescerem nas ruas.

Mas esta ação não consegue evitar o crescimento das matilhas pois a maioria das ninhadas não são recolhidas.

Recolher os cães errantes para parques de matilhas já foi concretizado nalguns concelhos (Sintra, Matosinhos, Maia…), no entanto constata-se que os espaços donde foram retirados as matilhas volta rapidamente a encher-se com novos animais.

Por conseguinte, é preciso reconhecer a evidência de que não é possível erradicar o flagelo dos cães nas ruas sem impedir a procriação dos que aí continuam a viver enquanto não são recolhidos e essa é uma medida que tem de acompanhar a criação e a existência dos parques.

Reconhecendo essa necessidade, o Orçamento de Estado deste ano, pela primeira vez, alarga o Programa CED (captura-esterilização-devolução) aos cães errantes:

art.º 200º

1-c) – i) 3 800 000 (euro) para apoiar os centros de recolha oficial de animais e as associações zoófilas nos processos de esterilização de animais, no âmbito de uma campanha nacional de esterilização, incluindo de cães errantes, alargando o programa CED aos mesmos, mediante alteração da legislação em vigor;

Coloca, no entanto, a exigência de “alteração da legislação em vigor, “ou seja, a alteração do ponto 10, do art.º 9º (Programas CED) da Portaria 146/2017 “10 – O programa a que se refere o presente artigo não é aplicável a cães “.

O anterior Ministro do Ambiente, apesar de instado a fazê-lo, não procedeu a esta urgente alteração que permitirá que se inicie a esterilização de errantes, visando em primeiro lugar as fêmeas.

Julgamos que a redação que constava do projeto de alteração da Portaria 146/2017 apresentado em Outubro de 2021 pelo Ministério do Ambiente, em substituição do texto atual, “o programa a que se refere o presente artigo não é aplicável a cães ” está perfeitamente adequado e é suficientemente flexível para conseguir o consenso das partes interessadas.

A redação que propomos é, pois, a seguinte:

” Ponto 10. As câmaras municipais podem promover, excepcional e transitoriamente, por falta de capacidade de alojamento no CRO, a esterilização de cães errantes quando não seja possível proceder à sua recolha imediata, a fim de evitar a sua reprodução e agravar

a proliferação de animais errantes e formação de matilhas, no âmbito das suas competências.”

Trazemos à colação o apelo que o Presidente da Câmara de Coimbra ( concelho onde existem cerca de 70 cães em matilhas) proferiu em 31 de Outubro de 2022 para que a lei seja alterada a fim de permitir a esterilização dos cães errantes (CM de Coimbra pede alteração de lei para poder esterilizar cães errantes — coimbra.pt) e também o apoio de outras câmaras como Palmela e Loures e de cada vez um maior número de veterinários municipais (com especial relevo para o Dr. Fernando Rodrigues, veterinário municipal de Valongo) para que se abra, finalmente, uma oportunidade para uma solução para este angustiante problema.

Apelamos, assim, à Sr.ª Ministra do Ambiente e Energia que agilize essa alteração permitindo que os municípios comecem a trabalhar para evitar o crescimento do número de animais que se encontram nas ruas.

22.04.2023

Campanha de Esterilização de Animais Abandonados(CEAA

Pode ser uma imagem de cão e relva

Abril 4, 2024

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